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A verdadeira história de como surgiu o Rottweiler

Era uma vez, há muito tempo, quando o gênero humano e canino ainda não tinham aprendido a se amar, o Grande Conselho Canino dos Oito, que governava o destino
de todos os cães, convocou uma importante assembléia.
Na assembléia, os cães foram informados que o grande Conselho havia decidido que, para maior facilidade no manejo, eles deveriam se agrupar por semelhança, selecionar características mais apreciadas e escolher um nome para designar cada grupo. Este nome seria então o nome de sua raça, para sempre.
Esta decisão foi considerada de vital importância, pois a humanidade se uniria aos cães na esperança de serem úteis uns aos outros.
No dia combinado, os representantes de cada grupo se reuniram muito ordenadamente, todos com seus nomes já escolhidos. A mesa coordenadora do Conselho, apresentou então um catálogo de características, a fim de que cada representante de grupo escolhesse as que mais lhe agradasse.
À medida que as horas passavam, tornou-se evidente que não haviam características suficientes para satisfazer a todos os grupos, havendo especial escassez em tipos de orelhas e rabos. Assim, estando os representantes organizados em fila, os que estavam nos últimos lugares começaram a demonstrar sinais de desespero.
Um galgo que se encontrava atrás de um mastiff, disse angustiado:
- Por favor, amigo Rottweiler, me deixa trocar de lugar contigo na fila, pois se eu ficar no final, não conseguirei mais rabos e sem rabos compridos que atuem como leme, nós galgos, correremos tortos.
- Não tem problema, disse o Rottweiler, trocando de lugar com o feliz galgo.
A fila andava lentamente e o Rottweiler, agora mais no final, aguardava pacientemente, quando escutou uma voz forte atrás de si que dizia:
- Você se importaria de trocar de lugar comigo? É que nós da raça São Bernardo necessitaremos de um tamanho grande, pois um cão pequeno não conseguiria resgatar pessoas na neve. Pense em todas essas crianças e viajantes perdidos.
O Rottweiler suspirou e se colocou então no final da fila.
E assim continuou a seleção. Um tamanho pequeno para o grupo que devia entrar em tocas. O terrier pediu e foi atendido não só com tamanho pequeno, mas também levou agilidade e velocidade. Outro solicitou uma pelagem espessa para poder trabalhar junto as ovelhas e também foi atendido. O representante do grupo miniatura precisava de um pêlo sedoso para agradar aqueles que os pegassem no colo. Prontamente levou.
Finalmente chegou a vez do Rottweiler. Com tristeza o representante folheou os catálogos e descobriu que a maioria das características já tinham sido escolhidas.
- Suponho que nosso largo antepeito amarelo harmonizará com nossas finas cadeiras sempre que nos virem com as orelhas em pé.
- Sinto muito, disse um membro do Conselho.
- Não há mais orelhas em pé??? Uivou o consternado Rottweiler.
- Não, disse o membro. Podemos oferecer orelhas largas e compridas ou médias quase pequenas, porém sempre caídas. É tudo que restou.
- Levarei as médias quase pequenas, disse o desiludido Rottweiler. Afinal, nem serão tão notadas com uma cor clara e brilhante .
- Não há mais cores claras, exclamou outro membro do Conselho. Só ficou a cor preta.
- Mas não fique triste, falou o primeiro membro do Conselho, pois ficaram algumas manchas cor de fogo que podem se esparramar sobre a cara e as patas. Pode desenhar com elas uma borboleta no antepeito, uma flor de lis no traseiro e ainda sobra um pouquinho para colocar em baixo das orelhas.
- Não é o que planejávamos, argumentou o Rottweiler. Porém, um abundante e formoso rabo seria um consolo ideal.
- Seria, falou o representante do conselho, mas não há mais rabos.
Com um rugido de indignação, o Rottweiler se dirigiu aos membros do Conselho dizendo:
- Pretendem vocês que eu me apresente perante o meu grupo vestido de preto, com manchas cor de fogo e orelhas caidas e sem rabo???!!
- É lamentável. Respondeu alguém. - Mas ainda temos dois olhos amarelos que combinam... Foi quando o olhar de lado, escuro e profundo do Rottweiler, o fez desistir de continuar a frase.
Neste momento, o presidente do conselho apareceu e notando que o Rottweiler havia cedido seu lugar diversas vezes na fila, mesmo sendo um dos primeiros a chegar, ordenou que ante a ausência de características disponíveis, fosse concedido ao Rottweiler uma qualidade pertencente a cada um dos membros do Conselho.
Sendo assim, o Rottweiler saiu da reunião e se apresentou não só ao seu grupo mas para toda a humanidade, vestindo de preto, com manchas de fogo, orelhas caidas , sem rabo e com VALENTIA, INTELIGÊNCIA, DOÇURA, FORÇA, LEALDADE, SERENIDADE, NOBREZA E UM GRANDE, VERDADEIRAMENTE IMENSO CORAÇÃO.

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Adestramento - trabalho de base

:: Por Rogério Sandoval Silveira - www.ssrogerio.com.br

Percebendo a dificuldade de algumas pessoas em compreender o treinamento a ser realizado com cães jovens, resolvi escrever esse texto. Quando iniciam o treinamento, todos já querem ensinar ao cão os exercícios corriqueiros, mas há algo fundamental que deve ser trabalhado exaustivamente bem antes de se iniciar qualquer treinamento.
Cão e condutor devem brincar em total harmonia e sem nenhum conflito. Isso é algo muito difícil de se aprender, mas com toda a certeza, é o mais fundamental em todo treinamento. É sobre isso que vamos tratar aqui. Basta ver a forma que o cão e o condutor brincam, que você já pode deduzir como é a seção de obediência deles. Além de auxiliar na obediência, esse trabalho vai ajudar muito no serviço de proteção, ensinando o cão a morder com força e estabilidade, além do aprendizado de relaxar entre os braços do condutor.

O Brinquedo Ideal
É aquele que auxilia a estabelecer o melhor vínculo entre cão e o condutor. Quanto mais fácil o manuseio, melhor. Geralmente, nós utilizamos uma bola presa a um cordão. Através do cordão você pode estabelecer vinculo ao brincar com ele. Com um brinquedo sem cordão ou alça isso não é possível.
Pode-se utilizar também, uma salsichinha de mordida ou um rolete (feito em tecido de juta, com uma alça na ponta). O brinquedo deve ter um tamanho que possibilite ser escondido facilmente. Deve surgir de dentro de você num passe de mágica e voltar para dentro do seu corpo (sumir), da mesma forma.

Forma Correta de Brincar
Esta é a grande dificuldade. A maior parte das pessoas utilizam os brinquedos incorretamente. Não basta utilizar um brinquedo no treinamento, deve-se utiliza-lo corretamente.

O uso incorreto gera vários problemas, dentre eles:
Dependência do brinquedo (quando ele não está presente, o impulso do cão cai).
Conflito entre o condutor e o cão (o cão aprende que se retornar ao condutor, vai perder o brinquedo), gerando falta de velocidade no retorno, instabilidade da mordida, quando consegue o brinquedo, foge do condutor, problemas no "larga", dentre outros problemas.
O cão aprende a trabalhar pelo brinquedo e não pelo condutor.
Falta de foco ou foco errado (o cão aprende a olhar para o brinquedo e não para o condutor).
Para conseguir morder a bola e lutar por ela, o cão jovem já deve ter certo tamanho e musculatura proporcional ao esforço. No período anterior, pode-se utilizar trapos de roupa e o filhote deve aprender a morder com força para posteriormente conseguir sustentar a mordida na bola.

Promovendo o Impulso
Para poder "impulsionar" o cão, é preciso saber mover o brinquedo corretamente. Pode-se iniciar as brincadeiras sentado ao chão, fazendo a bola passar por baixo das pernas, por cima, por trás do nosso corpo, por trás do cão, batendo no chão, sumindo e aparecendo novamente. Os movimentos são alternados entre breves paradas e quando o cão se interessa, a caça (bola) foge rapidamente. O cão visualiza a bola, a persegue e no limite de ser pega, ela foge, quase que frustrando-o.
É preciso algumas vezes, que o cão consiga captura-la, antes mesmo que ela fuja. Neste inicio, o cão estará focado na bola, se interessará somente por ela e com o tempo, vai percebendo que estamos por trás dela e que para que a brincadeira prossiga, ele depende de nós. Além de promover o impulso, durante este trabalho, estamos também exercitando as habilidades motoras dele. Aumentando as dificuldades, auxiliará muito também na promoção do impulso. O cão deverá ser estimulado a passar por baixo de nossas pernas, por cima delas, podemos criar barreiras tentando afasta-lo da bola com nossa outra mão (fazendo com que ele faça força contrária), podemos bloqueá-lo segurando a guia. O objetivo é que ele se esforce para conseguir a bola e não a consiga de forma fácil.

Brincando em Pé
É preciso que aos poucos o condutor se levante e consiga fazer a brincadeira na altura de sua cintura. Segurando a bola pelo cordão, o condutor deve posiciona-la parada na visão do cão, não muito próxima. O cão, ao tentar consegui-la, deve ser frustrado por algumas vezes (cuidado! – O objetivo aqui é que ele se esforce cada vez mais para alcançar a bola. Quando há falta de interesse, mostra que o condutor se excedeu), com a bola fugindo dele na ultima hora. Imediatamente após, ela deve estar ao alcance da visão dele, mas por fração de segundos, ao fugir, deve ter saído de sua visão. Quando falta interesse, a brincadeira pode ser levada temporariamente para o chão, para que se estabeleça o impulso novamente.
Um problema muito grande é a dificuldade do condutor aprender a movimentar a bola corretamente e para-la, num alvo certeiro, no momento exato, para que o cão tente alcança-la. Segurando o cordão, há um movimento de pêndulo em relação a bola. O condutor precisa ter muita habilidade para conseguir compensar o movimento com o cordão para manter a bola parada. Eu, pessoalmente, só consegui isso praticando muito sem o cão.

O Cabo de Guerra
Ao alcançar a bola, o cão tende a lutar para "rouba-la" de nós. Geralmente, os condutores lutam com o cão, puxando o brinquedo em sentido contrário. Isso pode gerar passividade (o cão aprende a esperar o condutor lutar, para somente depois ele começar a reagir), pode gerar frustração (o cão percebe que ao se esforçar lutando pelo brinquedo, não consegue ganhar terreno – puxando o adversário em sentido contrário), pode gerar instabilidade (o cão aprender a mascar o brinquedo).
O procedimento correto, após ele ter alcançado a bola, é somente oferecer resistência, através de tenção do cordão, e assim que ele começar a puxar, imediatamente deverá ganhar terreno ou conseguir a bola. A brincadeira deve ser estabelecida de forma onde o CÃO É O ATIVO e o CONDUTOR É O REATIVO. O cão deve achar que ele está no comando da brincadeira e o condutor deve reagir quando ela for feita de forma satisfatória. Assim que o cão puxa, imediatamente o condutor cede terreno (indo em direção ao cão), porém, o tempo todo o cordão deve estar tenso e aos poucos, a resistência deve aumentar. Podemos acrescentar agressão na brincadeira, batendo no cão (dando tapas com a outra mão), ou chutando ele (de forma alternada com o peito do pé ou lateralmente, com o cuidado de não acertar as regiões sensíveis – lembre-se, o objetivo é fazer com que ele lute mais e não machuca-lo), ou simplesmente, tocando sua cabeça com a outra mão, gerando leve estresse (para que ele reverta em luta), isso pode ser aplicado também, logo que o cão alcança a bola, para que ele morda com mais força. Podemos por a nossa mão sobre a face do cão, tapando seus olhos, como podemos utiliza-la apoiando a mandíbula do cão. O que importa é que a mordida seja forte e que ele esteja lutando para obter a bola.

Puxar ao Invés de Chacoalhar
É preciso ensina-lo a lutar puxando ao invés de chacoalhando (matando a presa). Por que? Quando o cão puxa, a mordida é mais forte e permanece estável. Todo apoio está centrado na mordida, em contraposição ao ato de puxar a caça. Ao chacoalhar, o cão está dissipando força para os lados e perdendo em potência de mordida.
Isso é fácil de reverter? Sim, muito fácil. Basta confirmar o comportamento desejado e não confirmar o indesejado. Se o cão puxa, deixe ele ganhar terreno ou solte a bola na boca dele. Se ele chacoalha, não ceda, até que ele mude o comportamento. Quando o cão não apresenta o menor sinal de luta, simplesmente morde e fica parado segurando a bola, podemos criar uma tenção, puxando o cordão para cima ou usar um pouco de agressão. Ao menor sinal de luta, devemos soltar a bola para ele, confirmando o comportamento desejado. Aos poucos, vamos exigindo maior esforço dele. Devemos também mostrar uma reação fria inicial e esperar a ação dele, para ai reagirmos.

Ao Iniciar os Treinos
Com o tempo, ao iniciar os treinos, não devemos ter a bola na visão dele, mas sim guardada em nosso bolso. Ele deverá interagir conosco, para somente assim a bola poder aparecer. Antes que a bola apareça, podemos empurra-lo, para criar reflexo de oposição, como podemos também belisca-lo. O objetivo é criar impulso e criar tenção, e quando o cão estiver interagindo conosco, aí sim o brinquedo aparece entre os braços (acalmando o cão).
Após ter ganho a bola, guiamos o cão para que ele corra em torno de nós com a caça na boca e seguramos ele entre os nossos braços (com o cão encostado em nossas pernas, enquanto a mão direita apoia sua mandíbula, nossa mão esquerda acaricia suas costelas). É o mesmo procedimento que normalmente utilizamos no trabalho de proteção. Nesse procedimento, ensinamos o cão a manter a mordida (forte e estável), a relaxar em nossos braços, a estabilizar seu comportamento e com o tempo, um "larga" claro e limpo.

Reinicio da Brincadeira
Após ter segurado o cão entre os braços, é hora de reiniciar a brincadeira. Quando ele ainda não aprendeu o comando "larga", podemos proceder da seguinte forma para que ele solte a bola. Com a mão esquerda, erguemos ele pelo colar (sem porém enforca-lo e sem tocar na bola), até que ele solte a bola. A idéia aqui, é "roubar" a bola do cão, ou seja, se ele bobear, perde a bola. Temos que estimular sua possessividade. Quando a bola cai no chão, automaticamente estimulamos a caça, puxando-a pelo cordão, reiniciando a brincadeira. Podemos também chuta-la, enquanto seguramos o cão pelo colar, para que o impulso se eleve.
Num estagio mais avançado, quando ele já brinca muito bem e sabe perfeitamente o comando "deita", fazemos ele se deitar e assim ele deverá soltar a bola no chão. Se já for conveniente, podemos introduzir o comando "larga", que deve entrar de forma exata, seguido da conseqüente correção física (pode ser um leve tapa na cabeça dele – com a mão esquerda – ele deve sentir, mas não enxergar a correção).

Finalizando o Treino
Com a ajuda de um auxiliar, ao fazermos o cão soltar a bola, enquanto ele segura o cão, guardamos a bola em nosso bolso e nos afastamos correndo a uma boa distância deles. Viramos de frente para eles e sem nenhum auxilio visual, chamamos o cão com o comando "aqui". Permanecemos parado e quando o cão está próximo, nos afastamos para trás e levantamos os braços para o alto, para que o cão pule sobre o nosso peito.
Imediatamente devemos tirar a bola do bolso e permitir que ele a morda. Após uma breve luta, levamos ele para a caixa com a bola na boca. Antes de entrar na caixa, seguramos ele entre os nossos braços e após uma breve espera, levantamos ele pelo colar (para que ele perca a bola) e o treino se encerra com ele na caixa.
Outra forma que pode ser realizada. Quando o cão está se aproximando, podemos abrir nossas pernas e jogar a bola por baixo delas, para que ele em velocidade, também passe por baixo delas. Temos que porém, evitar que o cão veja a bola antes e que faça a aproximação focado na bola. É bom sempre lembrar que o foco deve ser o condutor, que o brinquedo serve para confirmar esse comportamento.
Podemos finalizar também, lançando a bola para que ele nos traga. O cão deve aprender de forma clara, que lutar conosco é um enorme prazer. Ele deve buscar a bola o mais rápido possível para poder disputa-la conosco. Ao retornar, estimulamos para que ele pule no nosso peito, pegamos a ponta do cordão e assim, ele pode lutar. Isso deve virar um jogo.

Trabalhando o Impulso
Há uma série de formas de impulsionar o cão. Podemos utilizar várias delas com os filhotes. Uma forma muito simples é a de brincar com a bolinha, enquanto todos os cães estão presos no canil, ou seja, eles nos veêm brincando, porem não alcançam a bola. Podemos utilizar a caixa de transporte (com o cão dentro dela) para o mesmo fim, e podemos eventualmente jogar a bola contra a porta da caixa, para estimula-lo mais ainda.
Outra técnica, é a de atar o cão a uma guia elástica que está amarrada a um poste, com o bola estimulamos a caça e só permitimos que ele obtenha a bola após um belo esforço (fazer tração). A bola pode também ser amarrada a uma linha, atada a ponta de uma vara. Com a vara, podemos dar mais movimento a caça. Essa técnica pode ser muito bem utilizada com filhotes.

Momento de LIBERDADE (antes de iniciar o treino)
Esse é outro aspecto fundamental no condicionamento de um cão de trabalho. É a oportunidade que o cão tem de ir ao "Banheiro" para defecar e urinar. É uma simples questão de disciplina do condutor. Muitos condutores são indisciplinados nesse aspecto, ou se esquecem de dar essa oportunidade para o cão, ou permitem que o cão utilize o campo de treinamento como banheiro. Isso cria no cão um comportamento muito grave, o de urinar e defecar durante o trabalho, fora o fato de fixar odor em pleno campo de treinamento. Na Alemanha, quando um cão urina ou defeca no campo de treino, seu condutor paga uma rodada de cerveja a todos os participantes do clube, fora as gozações.
O procedimento correto é escolhermos um local apropriado fora do campo de treino e soltarmos o cão por tempo suficiente, até que ele tenha completado suas necessidades e voltado naturalmente para nós. Eu pessoalmente, para evitar conflitos futuros no treinamento, prefiro fazer esse procedimento com uma cordinha com cerca de 10 metros, assim, se precisar, posso chamar o cão de volta e estarei evitando que o cão saia fora do meu controle.

Problemas de Socialização
Um cão com problemas de socialização, vai mostrar dificuldades durante o treinamento. Socialização e educação devem ser feitas fora do campo de treinamento. Um cão que sai do impulso, se direcionando para o que acontece fora. Que ao ver outros cães, quer brigar. Que fica tímido a presença de pessoas estranhas. Que sente a mudança de ambiente.
Todos esses problemas acabam mascarando o impulso e impossibilitando o trabalho. Treinar é algo muito diferente de socializar e educar, mas o sucesso do treinamento depende de uma base muito sólida de socialização e educação.

Algumas Considerações
Não tenho nenhuma pretensão de estar ensinando aqui algum método. Simplesmente são observações que fiz do contato com grandes nomes do treinamento mundial, do que extrai desses contatos, do que pus em prática e obtive resultados. Estou com isso, tentando compartilhar um pouco do meu conhecimento.
É lógico que o que vale, é o que se torna realizável e o mais importante, são os resultados finais, dentro das 4 linhas.

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Displasia coxofemural

A displasia é uma má formação nas articulações, na maioria das vezes, nas coxo-femurais (ligação entre a bacia e os membros traseiros). É mais comum em cães de grande porte e de crescimento rápido, embora possa acontecer em todas as raças. Acontece em machos e fêmeas na mesma frequência, e pode afetar uma ou as duas articulações (geralmente atinge as duas).

Transmissão:
A doença é transmitida geneticamente, é recessiva e poligênica (determinada por mais de um par de genes). É também muito influída por fatores de manejo e do meio ambiente.

Sintomas:
Dores e dificuldade na locomoção; um andar imperfeito, que afeta sua resistência; atrofia muscular; e finalmente, crepitação (estalos) ao exame clínico da articulação. Pode precisar de operação em casos mais graves, ou, na pior das hipóteses, exige o sacrifício do cão. Alguns cães precisam usar rodinhas no lugar das pernas traseiras, para conseguirem se locomover. O diagnóstico definitivo só é possível com o auxílio de Raio X, a partir de 12 meses de idade.

Categorias de Displasia Coxofemural:

HD - (Categoria A): animal sem displasia
HD +/- (Categoria B): articulação quase normal
HD + (Categoria C): displasia leve
HD ++ (Categoria D): displasia moderada
HD +++ (Categoria E): displasia severa
Algumas pessoas têm cães com diferentes graus de displasia mas nem sabem disso. Às vezes, acham "impossível" que o problema esteja acontecendo com seus cães, pois eles podem correr, pular e se movimentar com facilidade. Por isso, para que o problema não se espalhe, é preciso que todos façam o exame de displasia em seu cão.

Prevenção:
Primeiramente, é preciso impedir os cães que são portadores da displasia moderada e severa de se reproduzirem, dando sempre prioridade aos isentos da doença. Na compra do filhote, exigir o laudo de displasia do pai e da mãe. Um dos dois deve ser isento da doença, e o outro pode ter até a displasia leve. Isso dará maior segurança, e a chance de comprar um filhote displásico será menor, mas não nula. É recomendado a todos os donos das raças propícias à doença que façam o teste no seu cão, para, na hora da reprodução, saber o que está fazendo.

Existem alguns cuidados que ajudam a minimizar a displasia no seu cão:
Não dar comida à vontade ao filhote, pois isso acelera o crescimento, facilitando o aparecimento da doença;
Evitar a obesidade;
Evitar exercícios muito precoces ou forçados, como fazer o cão acompanhar bicicleta ou outros veículos;
Evitar pisos muito lisos;
Quando a cadela tiver filhotes, colocá-los em uma superfície levemente rugosa, como a face áspera do eucatex, para que os filhotes não escorreguem e se locomovam firmemente. Porém, o piso não deve ser tão áspero que chegue a machucar os filhotes;
A partir da idade de 3 meses de idade, são aconselháveis exercícios moderados (natação, caminhadas leves), com o objetivo de fortalecer a musculatura pélvica (única estrutura de tecidos moles que ajuda a manutenção das articulações e que pode se tornar mais forte, ser aumentada).

O exame:
O exame é feito com 12 meses nos cães de pequeno porte e com 18 meses nos grandes. É algo que não é muito caro (em média R$ 30,00), e que dará grande segurança aos donos. O cão deverá estar em jejum de 8 horas, e tomará sedativo para relaxar sua musculatura. O proprietário deverá levar a cópia do pedigree do animal. Aviso às mamães: o exame não é aconselhável para gestantes, pois os filhotes podem ser prejudicados, e nem para cadelas que foram mães há menos de 30 dias, pois sua ossatura ainda não voltou ao normal (ela se modifica para o parto).

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A conformação do cão de trabalho

:: Por Rogério Sandoval Silveira - www.ssrogerio.com.br

Embora eu seja um leigo em morfologia e dinâmica, vou deixar aqui o que tenho observado com minha experiência no adestramento.
Numa prova de trabalho o cão anda, trota, galopa, salta e vira. São exercícios que exigem muito das articulações e dos ligamentos do cão. Para um rottweiler, são exercícios que exigem além de um belo condicionamento físico, uma conformação propicia para isso. Para quem conhece (ver vídeos no site www.ipo.nu/ - obediência) os exercícios, sabe-se que na seção de faro é preciso uma bela capacidade pulmonar, além de ótimas articulações nos cotovelos (ED) para trabalhar com o focinho no chão numa pista de no mínimo 600 passos (SchH III) de distância e mínimo de 2.000 passos (FH II).
Na seção de obediência, o cão precisa ter muita propulsão para poder executar os exercícios com rapidez. Precisa arrancar com velocidade, virar com leveza e exatidão, saltar com facilidade e poder amortecer os impactos. São sempre movimentos ágeis e curtos, onde a explosão muscular conta muito.
Sem articulações perfeitas no coxal (HD ou DC), não há base para o trabalho, não adianta uma bela musculatura, não há saltos fáceis. A mesma coisa acontece com as articulações dianteiras (ED). Durante um salto, a frente dá o impulso inicial para levantar o cão e a frente amortece todo o impacto na hora da queda. Nas viradas, para virar rápido, um cão não pode ter uma frente pesada e um dorso longo. O ideal é um cão compacto e não muito angulado (sem excessos). O movimento deve ser transmitido perfeitamente para o posterior e este deve dar impressão de potência, de firmeza para ter propulsão e lançar o cão a frente nas arrancadas, como lança-lo sobre os obstáculos na hora dos saltos.
No serviço de proteção, sob forte excitação, o cão trabalha muitas vezes desprezando pequenas dores, que poderão acarretar num futuro, problemas maiores. Novamente, aqui ideal é um cão com perfeitas articulações dianteiras e
traseiras, uma coluna sólida e saudável, uma frente que garanta viradas rápidas, angulações que ajudem na movimentação, porem sem perder propulsão e firmeza nos movimentos. Para tudo isso é essencial que o cão tenha ligamentos firmes. Nessa seção, lembramos também que o cão faz um esforço excepcional com as musculaturas do pescoço e da cabeça durante o trabalho de mordida. Para isso, o cão precisa ter um ótimo desenvolvimento muscular. Algo que somente é possível dentro do próprio trabalho de proteção, pois além de exercitar as musculaturas da cabeça e do pescoço, há o stress necessário do esporte.
Tudo isso é muito complicado quando falamos em rottweiler, pois, o mais difícil é aliar condições de trabalho sem perder as características de molosso.
Queria reiterar aqui que não sou conhecedor desse assunto, somente tenho noções básicas, o que me ajuda no meu trabalho.
De nada vale tudo descrito acima, sem o principal, o temperamento para o trabalho. Um cão com uma conformação perfeita para o trabalho, porém sem o temperamento correto é como um carro de corrida sem o motor, ou mesmo, de nada vale uma ferrari com um motor de fusca.

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Entrevista com Ralf e Manuela Franzen, do Canil von Hagelkreuz, Alemanha

:: Por Ednilson Gomes - rottweilersbrasil.wordpress.com

Como vocês escolheram o nome do Canil? Por quê?
Vom Hagelkreuz é um monumento muito antigo perto de nossa casa, e esta é a única referência importante perto de nós.

Quantos cães vocês tem? Fale-nos um pouco sobre eles.
No momento nós temos apenas 2 cães. Xecke vom Nixstein é a nossa matriz e Devil von der Mehrer Mühle o nosso padreador, ele tem 4 anos e tem BH, AD, ZTP, VPG1. Aguardamos uma ninhada dessa dupla até o fim de agosto (2010) e devemos manter 2 filhotes.

Qual a importância do Schutzhund para o Rottweiler?
Pra nós a proteção tem um valor muito alto, pois em nenhum outro esporte o cão pode se mostrar tanto. Eles precisam ter um ótimo temperamento e tem que ser controláveis em qualquer situação. O Rottweiler é um cão de trabalho e pra nós a proteção é a melhor forma de trabalhar com esta raça.

Na cultura Alemã o esporte com cães (KNPV, Schutzhund, Mondio, etc) é difundido em todos os lugares e se tem um campo de treinamento a cada esquina, como no Brasil temos um campo de futebol a cada esquina. A que vocês atribuem essa cultura tão avançada na cinofilia Alemã?
Nós achamos que na Alemanha o cão tem um outro valor, assim como em outros paises. Para nós os cães são amigos, são nossa família e nós queremos ter todo tempo possível com eles então temos tantos lugares onde podemos praticar esporte com nossos amigos, os cães.

Em sua opinião, o ZTP, BH e Korung realmente ajuda a selecionar os melhores cães? Qual a importância destes testes?
Sim, claro que isso ajuda! Com estes testes você pode analisar o cão por completo. Sua atitude, seu comportamento, sua obediência e sua proteção, e muito mais importante, seu caráter e seu nível de socialização.
Para nós, o ZTP é o teste mais importante, porque na Alemanha você inicia todos os cães pelo BH e depois você pode fazer todos os outros testes. Sem o ZTP não se pode ser criador na Alemanha.

Pra você, qual a melhor linha de sangue da história? E o melhor cão?
Na história da ADRK tivemos muito boas linha de sangue, como Vom Schwaiger Wappen, Von Hohegeiss ou vom Hause Enzian e algumas outras. Pra nós os melhores cães foram “Hassan vom Königsgarten” e “Donner vom Herrengarten“.

Quando vocês selecionam um filhote, quais os itens mais importantes em sua avaliação?
Se nós selecionamos um filhote para nós, nós procuramos analisar primeiro seu temperamento, se eles gostam de brincar, sua atitude, porque são cães mais fáceis de treinar tanto para trabalho como para exposições.
Em segundo nós procuramos ossatura poderosa e grandes cabeças, porque nós amamos isso!

Todo o mundo aguarda ancioso pela KS, em sua opinião, qual o segundo evento mais importante do mundo para os Rottweilers?
A IFR World Show é um evento muito bom, nós esperamos no ano que vem estar por lá.

Qual o tipo de Rottweiler vocês preferem?
Nós gostamos de cães musculosos com ossatura poderosa e grandes cabeças, pra nós este é o Rottweiler.

Quantos cães vocês já importaram de outros paises?
Nós nunca importamos cães. Nós nos preocupamos com isso, em outros paises também existem belíssimos Rottweilers, mas na Alemanha nós não podemos cruzar cães com cães de outros paises. Temos a opção de importar, titulá-los, participar de exposições, porém não é permitido o acasalamento com cães estrangeiros.

Pode nos explicar um pouco sobre como os Alemães criam e trabalham com os grupos de treinamento?
Você precisa criar grupos porque você precisa de outras pessoas e outros cães para a socialização dos seus cães.
Também é necessário ajuda para obediência e proteção então muitas pessoas se encontram para treinar; sozinho não se consegue realizar um bom treinamento. Mas os Alemães sempre formam grupos e os tem com um hobby.

Vocês já participaram de provas de Schutzhund de alto nível contra pastor alemão, malinois e outras raças? Em geral como estão os Rottweilers nessas competições?
Nós não participamos, pois não gostamos. Os pastores e os malinois são muito rápidos obviamente, mas se você ver a proteção dos Rottweilers é muito mais bela por ser mais bruta, cães mais musculados. São os melhores!

Alguns paises importam cães de canis da Alemanha buscando apenas estrutura, que dicas vocês dão pra quem procura por cães completos, tanto em estrutura como por aptidão para o trabalho?
Ambos são importantes. Algumas pessoas de outros paises procuram grandes cabeças, isso é bom, claro, mas é necessário procurar todo o conjunto, atitude, comportamento e também estrutura.
Achamos que no futuro mais pessoas começarão a treinar seus cães para BH e ZTP. Nós conhecemos dois canis da Sérvia que já fazem isso. Eles viajam 1800Km até a Alemanha só pra fazer o BH e o ZTP com seus cães.

Nós do Blog Rottweilers Brasil gostariams de agradecê-los e deixá-los livre para dizerem algumas palavras. Sintam-se a vontade!
Nós gostariamos de agradecer também a oportunidade de expor nossas opiniões em questões tão interessantes. Nós esperamos ver muitos dos leitores do blog na KS 2010 e desejamos a todos os amigos criadores muita sorte com seus cães no mundo do Rottweiler!

Para saber mais sobre o canil Von Hagelkreuz e seus cães basta acessar o site: www.rottweiler-franzen.de

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Matérias e artigos sobre o Rottweiler

A verdadeira história de como surgiu o Rottweiler
Adestramento - Trabalho de base - Por Rogério Sandoval
Displasia coxofemural
A conformação do cão de trabalho - Por Rogério Sandoval
Entrevista com Ralf e Manuela Franzen, do Canil von Hagelkreuz, Alemanha - Por Ednilson Gomes